domingo, 9 de outubro de 2011

O Pessimista

Brasil fiscalizando a natureza

Episódio 1: A Brasil e a educação

Nasci em 1982, não vivi a era de aquarius, não vi Pelé jogar, não curti a jovem guarda nem a bossa nova, apesar das “Diretas Já”, vi Fernando Collor entrar e sair, o Brasil ser campeão com um time pragmático, e o meu presidente dizendo que ele não viu e não sabia de nada. Já entrei e saí de todos os grêmios, federações e diretórios das escolas e faculdades que estudei. Já cantei muito “que país é esse?”. Sou um pessimista assumido e tenho uma tartaruga chamada Brasil. Apesar dos seus passinhos lentos e curtos (típicos desses bichinhos) Brasil é muito otimista e está sempre acreditando que vai chegar lá. Costumamos conversar bastante (ela é uma boa ouvinte) e hoje o assunto é o ensino público no país.
Acho difícil separarmos educação nas escolas públicas de política. Enquanto a educação for instrumento de campanha, comandada pelo governo, as melhoras no ensino do país vão continuar resumindo-se a números. Basta abrir a porta das salas de aula para ver que as melhoras continuam a “passos de formiga”, ops, perdão Brasil, de tartaruga. O governo Lula reduziu drasticamente o nível de analfabetismo no país, mas os educadores sabem como isso foi feito, as escolas e os alunos, sentem até hoje, o peso das aprovações compulsórias impostas pelo MEC. O mesmo que queria “romper barreiras” distribuindo cartilhas contra homofobia, quando a questão é cultural, o preconceito é um problema sócio-cultural, e não adianta e escola trabalhar sozinha, se em casa as crianças tem exemplos diferentes. Escolas que atendem comunidades se tornam tão ou mais violentas quanto o próprio habitat daqueles que estão perdidos no ciclo de drogas e violência. Resultado: Ouvir dos colegas o incentivo para fazer concurso público porque pelo menos o salário é “certinho”. Nesse momento eu senti que Brasil se encheu de razão, ela se deu o trabalho de virar a cabeça na minha direção e levantou a patinha direita como quem dizia: é hora de apontar o dedo para si mesmo. Ninguém escolhe ser professor. Você é escolhido. Desisti de uma carreira jurídica (também cursei faculdade de direito) porque como professor eu posso meter a mão na massa, posso realmente dar a minha contribuição, é um vexame ver alguns colegas procurando os concursos por esse motivo. Temos que encarar os concursos como uma oportunidade de tentar transformar o sistema e não de corromper-se e começar a fazer parte dele. Pois bem, precisamos de uma reforma global. O governo gera empregos, tira a população da miséria, mudam-se os paradigmas e a expectativas de vida, com isso mais crianças vão à escola levando bons exemplos de casa, motivando o professor a fazer seu trabalho com amor e dedicação. Fácil não é?   Não para a Brasil. “Lá vai a Brasil subindo a ladeira...”





O Pessimista é um personagem. As características e idéias aqui mencionadas não possuem relação com o autor.


Um comentário:

  1. A educação pública do brasil não existe!!Escolas muito ruins,alguns professores ruins(não são todos),alimentação ruim,falta de bons equipamentos para os alunos,e muitas outras coisas.A educação vai muito mal.E oque fazem para melhorar?Falta exemplo em casa,na rua,na política,na escola e em tudo!Dizem que nossas crianças são o futuro...com a educação que as crianças tem na escola pública eu fico com um certo medo do nosso futuro!

    ResponderExcluir