domingo, 30 de outubro de 2011

A cultura é a cura indica: "Nascido para matar...de rir"

A capa nada inspirada da versão brasileira
Toda vez que eu ouvia falar no ator e comediante Steve Martin, algumas imagens vinham a minha mente: Ele com um narigão em Roxanne, formando um par improvável com Queen Latifa, sendo o pai bobo de uma noiva e coadjuvando em "Simplesmente complicado".
A maioria esmagadora dos comediantes que conhecemos da t.v como Eddie Murphy, Jim Carrey e Cris Rock frequentaram e formaram com louvor a escola Stand Up Comedy.
Steve Martin pertence a essa escola e é essa a história contada na sua biografia. No livro, conhecemos as raízes do artista, que no começo, pensou em ser mágico, porém começou a perceber que o público gostava mais do espetáculo quando algum número não dava certo, e assim começou a surgir o comediante, autor e ator de "O Panaca"(considerado como uma das 100 melhores comédias de todos os tempos pelo American Film Institute).
A obra oferece nenhum desafio à leitura (como costumam ser as biografias) e nem tem a pretensão de servir como uma lição de vida, mas consegue entreter, principalmente se o leitor tiver qualquer contato com arte e experiência em palcos; A identificação com os casos contados é imediata.
O destaque negativo vai para o título da versão brasileira. "Nascido para matar...de rir, do stand up ao cinema, como me tornei um fenômeno do humor". Primeiro que "Nascido para matar..." mostra-se uma péssima escolha, pouco criativa e muito desgastada em filmes de ação B dos anos 80, 90 (Comando para Matar, Programado para Matar, Duro de matar...) principalmente se compararmos com o titulo original "Born standing up". Segundo que a afirmação "Fenômeno do humor" soa um pouco pretensiosa para o público brasieiro, que não teve a oportunidade de acompanhar a carreira do comediante.
"Steve Martin não é nenhum Charles Chaplin" (frase dita pelo pai dele na estréia de seu primeiro filme; Os dois tinham uma relação bastante espinhosa) porém ao fechar a 211ª página do livro, aprendi a respeitar um pouco mais o artista, a entender um pouco mais suas piadas e me senti na obrigação de rever alguns de seus filmes e alguns dos meus conceitos.

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