sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A cultura é a cura critica e indica: Batman contra o capuz vermelho

Pela capa já dá pra sentir
que o negócio é bom

A grande idéia deste “quadro” sobre indicações é chamar atenção do publico médio que costuma ler o blog, para peças que talvez sozinhos não tivéssemos oportunidade de procurar ou até mesmo não daríamos a devida atenção senão por meio de um veículo em que realmente confiamos.
O veículo que eu realmente confiei foi um amigo, Cássio Peixoto, jornalista e idealizador do blog Mucufo. Há uns oito ou nove anos atrás, Cássio me emprestou toda a saga do Capuz Vermelho para ler em quadrinhos. Os diálogos e as imagens (chocantes) nunca saíram da minha cabeça. E talvez essa tenha sido a ultima saga da qual consegui ler por completo.
Pois bem, oito ou nove anos depois, estou aqui maravilhado porque fizeram um longa metragem animado com uma das séries que mais gostei de ler. Se você é um daqueles que ainda pensam que “quadrinhos é coisa de criança”, não faz idéia do que está perdendo. E se você é um daqueles que acham que “animação também é coisa de criança”, digo-lhes: Venha para a luz meu filho. Sua hóstia será assistir a  Toy Story, Monstros S.A e Os Incríveis.
Só para refrescar sua memória, o longa animado Toy Story 3 concorreu ao Oscar de melhor filme, com Cisne Negro e O Discurso do Rei e de acordo com a crítica especializada (que eu respeito) só não o venceu devido ao preconceito e ao conservadorismo da academia.
Portanto, cá estou, indicando a você leitor do blog, um desenho. Pode assistir sem moderação. Até porque a moderação já veio por parte da produção de efeitos do filme. A saga é violenta, recheada de cenas fortes e por tratar-se de um desenho, alguns efeitos, principalmente de sangue, tiveram que ser controlados, como percebe-se na primeira cena do filme, com o Coringa espancando o Robin com um pé de cabra. Reparem no take em que mostra apenas os pés do Robin se contorcendo. Isso mostra a intenção da direção em fazer uma cena forte, porém sem muito sangue aparente por causa das crianças. Essa cena é idêntica a dos quadrinhos. O que não ficou idêntico foram os motivos pelos quais Robin foi parar nas mãos do Coringa. Mas, as adaptações são inevitáveis. Até porque, condensar o conteúdo de uma saga de mais de dez revistas em 75 minutos, é um trabalho complicado. Mas foi um trabalho bem sucedido.
Por falar em Robin. Se você ainda não sabe. Batman já teve três sidekicks. O primeiro Robin foi fazer carreira solo depois que ficou mais velho. Tornou-se Asa Noturna. E o segundo é o que vemos nas mãos do Coringa. O curioso é que na época, a DC Comics chegou a fazer uma pesquisa com os leitores para saber o que eles achavam do novo Robin e o que deveria acontecer com ele. Bem...o resultado você confere, no filme ou nas revistas.
O problema do controle Parental também está presente na escolha da paleta de cores que não contrastam de um ambiente para o outro, tornando o filme mais inofensivo para os mais jovens. Com exceção às cenas do Máscara Negra (que usa terno branco, mascara de cor preta e vive em um prédio de luxo sempre muito bem iluminado) todos os outros ambientes não são tão sombrios quanto deveriam ser. Mesmo o próprio Batman, que continua aquele sujeito marrento de voz grossa, acaba não tendo como aparecer por entre as sombras, porque elas não existem. Mas isso não chega a atrapalhar o andamento do longa. Até porque, tudo gira em torno da identidade do tal Capuz Vermelho. O novo vilão que está fazendo o bem. Limpando as ruas de Gotham. Chegando inclusive a diminuir o nível de criminalidade na cidade, mesmo com Batman trabalhando.   
Outra cena de destaque fica para a luta de Batman e o Capuz Vermelho, já revelado, dentro de um banheiro. A fotografia da cena e toda a sua coreografia é claramente inspirada no primeiro Matrix, na cena em que Morpheus enfrenta o agente Smith para dar tempo de Neo fugir com o resto do grupo. Curiosamente o resultado deste embate é Morpheus derrotado e amarrado a uma cadeira. Exatamente como acontece com alguns personagens da estória do Capuz Vermelho.
Apesar de alguns, poucos, pesares, o filme vale uma conferida. Uma excelente pedida para os fãs e melhor ainda para quem está pensando em tomar gosto pela coisa.
                                                                     
De 1 a 5. Nota 4

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